quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Participação no 22° EBEPe - Encontro Baiano dos Estudantes de Pedagogia.

Ocorreram entre os dias 12 e 15 de novembro o 22° EBEPe - Encontro Baiano dos Estudantes de Pedagogia aqui na UNEB - Campus VIII, com o tema: Educar para a Diversidade. E no dia 14/11, num domingo pela manhã, fui convidada para ministrar o G.D sobre Diversidade Étnica na Educação e quero compartilhar com vocês alguns registros e deixar meus parabéns e meu muito obrigada pelo convite, com certeza foi uma experiência riquíssima enquanto pedagoga e pesquisadora desta área! As experiências trocadas e o reencontro com pessoas engajadas nesta luta por uma educação plural e democrática foi muito satisfatório e sempre encorajador.




Propostas encaminhadas pelo G.D: Diversidade Étnica:



* Fomentar a discussão, na educação de jovens e adultos, sobre as questões étnicas.

* Propor aos órgãos públicos que disponibilizem material didático que valorize a diversidade étnica nos diversos espaços educacionais.

* Disponibilizar cursos de capacitação para professores na área especifica da cultura afro-e indígena, buscando a aplicação das leis 10.639/03 e 11.645/08.

* Criar uma organização, comissão ou conselho que defenda as causas indígenas e negras.

* Garantir uma cadeira nos conselhos de controle social para representantes das causas indígenas e negras.

* Trabalhar as implementações das leis 10.639/03 e 11.645/08 nas universidades em diferentes disciplinas.

* Cobrar dos núcleos de extensão dentro das universidades uma maior aproximação entre a comunidade e a produção científica acerca da diversidade étnica.

* Implementar grupos ou núcleos de estudos afro brasileiro e indígenas com participação da comunidade e estudantes das universidades e escolas publicas.

* Maior compromisso de educadores da educação infantil em trabalhar valorização da identidade afro indígena.

* Inclusão da literatura afro e indígena nas escolas de ensino infantil, fundamental e médio.

* Criar um espaço nas redes sociais com compartilhamento de informações, experiências, informações e produções acadêmicas acerca da temática étnico-racial.












quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais uma Experiência Profissional!

II COBAENE – II Congresso Baiano de Educadoras(es) Negras(os) - Desafios e Perspectivas para uma educação plural, democrática e cidadã.


Alguns pontos discutidos no Congresso:

• A ideologia racista que ainda impregna a educação brasileira, fundamentada no Mito da Democracia Racial;


• Além de tornar invisível aos currículos escolares a História e Cultura Africana e Afro-brasileira, a escola não contempla e coloca em debate os conflitos raciais existentes no contexto mundial;

• A necessidade d@ educad@r equacionar a unidade (a particularidade de cada indivíduo), com a diversidade;

• A questão da Identidade negra brasileira e seu contexto histórico em nossa sociedade;

• A necessidade de colocar a Diversidade étnico/racial no plano de formação dos cursos de Licenciatura;

• As ferramentas didáticas disponíveis para a construção de uma educação anti-racista;

• A descolonização do pensamento racista, no qual alimenta nosso imaginário até os dias atuais;

Alguns registros do II COBAENE:


II COBAENE – II Congresso Baiano de Educadoras(es) Negras(os)
Desafios e Perspectivas para uma educação plural, democrática e cidadã.


Abertura do Congresso

Mesa de Abertura com representates da Parte Negra
Representante da Parte Negra


O Antropólogo, professor-titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP- Kabengele Munanga.



 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

II Congresso Baiano de Educadoras(es) Negras(os).

As inscrições iniciam-se no dia 12 de julho e seguem até 21 de julho, das 9 às 17 horas, nmo Colégio Central. O valor ainda não foi divulgado. Estou muito interessada em ver de perto o conferencista, prof. Kabengele Munanga, uma sumidade. Para conhecer mais sobre ele, acesse o blog EU, UM NEGRO:





quarta-feira, 30 de junho de 2010

Estatuto da Igualdade Racial é uma ameaça à Saúde da População Negra?

*Jurema Werneck

O dia 17 de junho de 2010 amanheceu agitado, com vários pedidos de entrevista e de trocas de informações. Telefone tocando, caixa postal cheia de comentários e indagações. Descontentamento de todos os lados. Afinal, o Estatuto aprovado pelo Senado Federal, capitaneado por uma estranha aliança entre o Partido dos Trabalhadores e o Democratas às vésperas de processo eleitoral nacional é bom para quê? Para quem? Decididamente não é bom para gente que, como eu, como tantas e tantos, lutamos cotidianamente para garantir que o desejo da sociedade brasileira por justiça se mantenha vivo e sem entraves (por que eles não nos ouviram?). Também não é bom para aquelas e aqueles que precisam agora viver e fazer acontecer a certeza que o racismo está mais fraco, que o Brasil pode ser o que um dia desejou ser: uma democracia sem racismo ( por diálogo - com a sociedade (onde foi que estes princípios se perderam?). Quanto à luta contra ao racismo patriarcal, esta teve reafirmadas suas razões para existir e seguir em frente na direção de um país melhor, aquele que ainda não existe. Mas que, pela força de nosso compromisso, um dia vai existir - nem que seja para as netas de nossas netas. Para as descendentes das descendentes de Acotirene e Na Agotime, de Xica da Silva e Mariana Crioula, de Laudelina Campos Melo, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Obassy. Por isso elas lutaram. Para isso herdamos suas lutas. Foi um dia de indagações: o que significam as mudanças no capítulo sobre saúde? Supressão da obrigatoriedade de registro da cor das pessoas nos formulários de atendimento e notificação do Sistema Único de Saúde? Abandono da necessidade de pactuação entre União, Estados e Municípios para a descentralização de políticas e ações em saúde da população negra? Abdicação da definição de indicadores e metas na política pública? Afinal, o que eles queriam negar? O que pensaram aprovar? É preciso reconhecer que, num primeiro plano, as decisões tomadas de supressão destes itens, parecem ter se baseado em grande ignorância sobre os processos de gestão de saúde. O que precisariam saber? Que em 2006 o Conselho Nacional de Saúde, organismo que por lei tem a tarefa de aprovar a criação de políticas na área de saúde, já havia aprovado por unanimidade esta que um ministro de políticas de promoção da igualdade racial, um ex-ministro de políticas de promoção da igualdade racial, senadores do Democratas em aliança com senadores do Partido dos Trabalhadores e muitos assessores deles aparentemente desconhecem: a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Eles também ignoravam o fato de que esta mesma política já foi pactuada pelos entes federados na Comissão Intergestores Tripartite/ CIT, também segundo preceitos legais para a gestão de políticas no campo da saúde. Esta pactuação definiu um Plano Operativo com atribuições diferenciadas e complementares para a União, os 27 estados brasileiros e os mais de 5600 municípios do país, contendo 25 ações a serem desenvolvidas em 04 anos, com 29 metas a serem alcançadas no período, em duas fases: a primeira, entre os anos de 2008 e 2009 e a segunda, entre 2010 e 2011, com duas prioridades a enfrentar: a) problema 1: Raça Negra e Racismo como Determinante Social das Condições de Saúde: acesso, discriminação e exclusão social; e b) problema 2: Morbidade e Mortalidade na População Negra.

Possivelmente ignoravam que a assinatura deste compromisso pelo Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde/CONASS e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde/CONASEMS aconteceu em abril de 2007. Tampouco deviam saber de sua

publicação no Diário Oficial na União em 14 de maio de 2009 (Portaria 992). Além do atual desenvolvimento de iniciativas, ainda que iniciais, nas diferentes regiões, estados e cidades do Brasil. Isto apesar da insistência criminosa do Congresso Nacional em negar financiamento para a saúde e sendo conivente, ou mais, co-patrocinador da ampliação da vulnerabilidade de brasileiros e brasileiras, da manutenção de altas taxas de sofrimento, adoecimento e mortes.

Mas toda a magnitude de sua ignorância se coloca ao considerarem que nós, que sabemos disto porque somos parte da luta que gerou tais conquistas, iríamos permitir que tal irresponsabilidade vá longe demais!

Preciso dizer que reconheço, além das marcas da grande ignorância orgulhosa, fortes sinais de um racismo também orgulhoso de dizer seu nome em público. Pois o que, senão ele, fez com que parlamentares e partidos à beira da obsolescência acreditem que se pode impunemente

ignorar os indicadores de saúde da população negra, que contradizem perspectivas de justiça e de direito. Somente o racismo lhes dá desprezo pelo Outro o suficiente e faz com que aceitem a morte de mulheres negras em taxas seis vezes maiores do que as brancas, por causas evitáveis por um pré-natal destituído de racismo e preconceito, elevando as taxas de morte materna no Brasil a patamares escandalosos. Ou que considerem irrelevante a freqüência de homicídios contra a população negra ter aumentado de 24.763 vítimas de assassinatos para 29.583 entre os anos de 2000 e 2006, segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto que a freqüência de mortes de pessoas brancas pela mesma causa caiu de 18.712 para 15.578 no mesmo período. O que traduz riscos insuportáveis de homens negros, especialmente os jovens, morrerem por homicídio e patamares 2,2 vezes mais altas do que para homens brancos. E riscos para mulheres negras 1,7 vezes maiores do que para as mulheres brancas. E estamos falando em resultados da política de desarmamento e das iniciativas de segurança dita pública! Isto acompanhado de maiores taxas de mortalidade infantil para crianças negras, cuja diferença em relação às brancas também aumenta; ou a enorme tragédia do adoecimento mais cedo, de maior vivência de agravamento e complicações por doenças evitáveis ou facilmente tratáveis. E os efeitos devastadores da hipertensão entre nós, com maiores taxas de morte e acidente vascular cerebral e suas seqüelas; ou da falta de diagnóstico e tratamento do diabetes tipo 2, que resultam em maior mortalidade, mutilações, cegueira e suas tragédias pessoais, familiares, comunitárias. Como parlamentares, partidos e assessores puderam acreditar que acharíamos sua displicência, seu descaso, seu desprezo, sua falta de solidariedade e compromisso outra coisa senão racismo? Por isso respondo a quem me pergunta que sim, o Estatuto aprovado faz mal para a saúde da população negra, ao Sistema Único de Saúde e à sociedade brasileira. Não por seus efeitos diretos, pois esta mesma população negra, o SUS (que é feito por pessoas, trabalhadoras e trabalhadores, gestoras e gestores, que buscam fazer bem o seu trabalho) e a sociedade dispõem de mecanismos que não hesitarão em mantidos. Mas principalmente por que um Congresso Nacional e seus partidos políticos desvinculados tão acintosamente dos sonhos e projetos de justiça social e equidade torna nosso mundo pequeno, solidariedade. Magoa nosso desejo de futuro melhor para todas e todos. Mas, como costumamos dizer e já faz muito tempo: a luta continua!



*Conselheira Nacional de Saúde, Coordenadora da Comissão
Intersetorial de Saúde da População Negra do CNS. Representante da Articulação de Organizações de Mulheres negras Brasileiras/ AMNB, coordenadora de Criola.

O parecer do senador Demóstenes Torres (DEM-Goiás) transformou o projeto do Estatuto da Igualdade Racial, apresentado em 2003 pelo Senador Paulo Paim como o texto legal capaz de sintetizar as principais reivindicações da população negra brasileira, em um monstrengo irreconhecível, um "frankstein".

O que nasceu para ser uma segunda Lei da Abolição – destinado a dar o conteúdo que faltou à primeira – tornou-se um "frankstein": feio por fora e pior ainda por dentro, dadas as intenções e propósitos inconfessáveis dos que manobram nos bastidores pela sua aprovação.
A desconstrução do projeto começa no artigo 1º com a supressão do objetivo do Estatuto: “combater a discriminação racial e as desigualdades estruturais e de gênero que atingem os afro-brasileiros, incluindo a dimensão racial nas políticas públicas e outras ações desenvolvidas pelo Estado”.
Também de saída, já no artigo 1º, o senador goiano rejeita o termo “população negra” recusando a classificação do IBGE que define os brasileiros como pretos, pardos, amarelos, brancos e indígenas. Demóstenes invoca para si o direito de dizer quem é afro-brasileiro: “as pessoas que se classificam como tais ou como negros, pretos, pardos ou por definição análoga”.
O senador goiano, como é sabido, pertence ao Democratas - o Partido que representa os interesses dos grandes ruralistas e fazendeiros. Natural, portanto, que fuja como o diabo da cruz da questão quilombola – uma pedra no sapato dos herdeiros dos donos da Casa Grande.


A tesoura


A tesoura de Demóstenes risca do projeto de Estatuto o termo “terras de quilombos”. Mas não fica por aí. Coerente com o discurso feito na audiência pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal, em março, que discutiu a questão das ações afirmativas e cotas, quando pretendeu fazer a revisão da história do Brasil para dizer que os casos de estupro durante o escravismo haviam sido consentidos pelas mulheres negras, o senador passa a tesoura em todo o dispositivo que garantia que as medidas de ação afirmativa deveriam se nortear “pelo respeito à proporcionalidade entre homens e mulheres afro-brasileiros, com vistas a garantir a plena participação da mulher afro-brasileira como beneficiária deste Estatuto”
Para alguém que se dá ao direito de classificar quem é negro e quem não é – na contramão do próprio IBGE que assegura aos cidadãos brasileiros o direito à auto-declaração - Demóstenes considera uma bobagem a necessidade da obrigatoriedade do quesito cor “em todos os documentos de uso do SUS, como cartões de identificação, prontuários médicos, fichas de notificação de doenças, formulários de resultados de exames laboratoriais, inquéritos epidemiológicos, estudos multicêntricos, pesquisas básicas, aplicadas e operacionais, qualquer outro instrumento que produza informação estatística”
E, claro, para provar que é radical na sua negativa dos efeitos dos 350 anos de escravidão, a tesoura de Demóstenes é célere na supressão de todos os artigos que tratam da saúde da população negra. O artigo 14 tinha a seguinte redação: “O poder Executivo incentivará a pesquisa sobre doenças prevalentes na população afro-brasileira, bem como desenvolverá programas de educação e de saúde e campanhas públicas de esclarecimento que promovam a sua prevenção e adequado tratamento”. Para que? Pergunta Demóstenes do alto da varanda da Casa Grande. Tesoura neles.


Retrocesso


Mais célere do que a dona Solange dos tempos da censura na ditadura, Demóstenes também considerou uma bobagem o artigo 15 que dizia: “Os estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, que realizam partos, farão exames laboratoriais nos recém-nascidos para diagnóstico de hemoglobinopatias, em especial o traço falciforme e a anemia falciforme”.
A supressão desse artigo representa um retrocesso enorme porque o “teste do pezinho”, implantado de alguns para cá, ao invés de ser universalizado, passa a ser restringido.
Cotas? Nem pensar. O senador goiano, cá prá nós, considera essa história de cotas, conversa fiada de negro folgado querendo vaga sem esforço nas Universidades ou nas empresas.
Todo o artigo 70 do projeto aprovado pela Câmara dos Deputados foi simplesmente riscado, sem dó. “O Poder Público adotará, na forma de legislação específica e seus regulamentos, medidas destinadas à implementação de ações afirmativas, voltadas a assegurar o preenchimento por afro-brasileiros de cotas mínimas das vagas relativas (...) “aos cursos de graduação em todas as instituições públicas federais de educação superior do território nacional”.
Mestres de capoeira virando instrutores “reconhecidos pública e formalmente pelo seu trabalho”, religiões de matrizes-afrobrasileiras? O que é que é isso, minha gente? Pergunta Demóstenes, tesoura em punho. Tesoura em todos os dispositivos que tratavam do “reconhecimento da liberdade de consciência e de crença dos afro-brasileiros e da dignidade dos cultos e religiões de matrizes africanas praticados no Brasil deve orientar a ação do Estado em defesa da liberdade de escolha e de manifestação de filiação religiosa, individual e coletiva, em público ou em ambiente privado”.


Mais retrocesso


Nem pensar em reconhecer “aos praticantes das religiões de matrizes africanas e afro-indígenas" o direito de "ausentarem-se do trabalho para a realização de obrigações litúrgicas próprias de suas religiões, podendo tais ausências serem compensadas posteriormente”. Que heresia! Diria Demóstenes com seus botões, pernas esticadas na rede da varanda.
O capítulo que tratava do mercado de trabalho igualmente foi suprimido pelo zeloso senador, bem como igualmente o que tratava dos direitos da mulher. “O Poder Público garantirá a plena participação da mulher afro-brasileira como beneficiária deste Estatuto da Igualdade Racial e em particular lhe assegurará “a instituição de política de prevenção e combate ao tráfico de mulheres afro-brasileiras e aos crimes sexuais associados à atividade do turismo”.
Que tremenda, bobagem! Essas negrinhas que consentiram ser estupradas nos bons tempos, agora querem ter essas regalias, teria resmungado, a tesoura pronta a desfechar o golpe fatal.
Não teve menos sorte todo o capítulo que tratava da Comunicação: a tesoura goiana foi implacável. A possibilidade de filmes e programas veiculados pelas emissoras de televisão apresentarem imagens de pessoas afro-brasileiras em proporção não inferior a 20% (vinte por cento) do número total de atores e figurantes, foi considerado, particularmente, um abuso desses negros que insistem em não "saber" o seu lugar. Participação de afro-brasileiros na publicidade? Nem pensar. Tesoura neles.
No quesito acesso à Justiça, Demóstenes – que já foi promotor público -, sabia exatamente o que estava fazendo quando suprimiu sem dó nem piedade “a inclusão da temática da discriminação racial e desigualdades raciais no processo de formação profissional das carreiras policiais federais, civil e militar, jurídicas da Magistratura, do Ministério Público e da Defensoria Pública”.


Ópera bufa


Resumo dessa triste ópera: os senhores da Casa Grande – os mesmos que no Parlamento do Império impuseram as Leis do Ventre Livre, do Sexagenário, a Lei Áurea, apenas para dar alguma satisfação aos seus donos – (na época a poderosa Inglaterra, que pressionava pela Abolição, interessada em expandir o mercado assalariado, incompatível com o escravismo), continuam legislando para nós negros. E o que é pior: o fazem em nosso nome.
No processo de tramitação do Estatuto, os cortes já não foram poucos. Paim cedeu, compôs-se. O projeto foi sendo enxugado: primeiro retirou-se, por exigência da Fazenda, o Fundo de Promoção da Igualdade Racial, depois o seu caráter impositivo, tornaram-no autorizativo.
Na Câmara, depois da pressão que levou 100 mil assinaturas à Brasília, a partir de mobilização desencadeada em São Paulo, mais cortes; até o anúncio de um inusitado acordo com a bancada demo-tucana para aprová-lo.
O acordo foi descumprido pela bancada demo e agora eis que se anuncia o substitutivo fruto da tesoura de Demóstenes, e que ameaça ser aprovado – em tempo célere, rapidinho, como convém em acordos e negociações de bastidores, cujos propósitos não podem ser revelados à luz do dia.
Nos tais acordos e negociações, teriam se envolvido o ministro chefe da SEPPIR, Elói de Araújo, e o próprio senador Paim, a essa altura, provavelmente em crise existencial, em face do monstrengo, sem forma, nem conteúdo, que lhe é apresentado como o Estatuto que um dia pretendeu que fosse seu.
A pergunta que não quer calar é: a quem interessa que uma Lei que vem com 122 anos de atraso, seja transformada numa declaração vazia de conteúdo. Por que um Governo – como Governo Lula no alto dos seus quase 80% de popularidade, com maioria esmagadora no Senado e no Congresso, permite que os interesses de 50,3% de afro-brasileiros sejam repassados ao que há de pior na política brasileira – o DEM e os seus parceiros?
É preciso lembrar aos que estão tentados à comodidade do silêncio cúmplice: o que está sendo exibido ao distinto público não é o Estatuto da Igualdade; é um “frankstein” apenas para atender aos interesses de quem pretende transformá-lo em talismã eleitoral –, peça de marketing para satisfazer a tosquice dos ingênuos e o apetite dos espertos.



* Com a palavra as entidades e lideranças do Movimento Negro Brasileiro – em especial os que fazem parte da base do Governo.
São Paulo, 12/6/2010

Dojival Vieira

Jornalista Responsável

Registro MtB: 12.884 - Proc. DRT 37.685/81

Email: dojivalvieira@hotmail.com; abcsemracismo@hotmail.com

Equipe de Redação:

Dojival Vieira, Dolores Medeiros, Julia Medeiros e Gabriel Silveira

Estatuto da Igualdade Racial divide Movimento Negro!

Aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados, o Estatuto da Igualdade Racial divide opiniões de integrantes do Movimento Negro.




Há consenso, no entanto, em um ponto: o texto da lei não contempla bandeiras importantes e históricas para os negros, como a definição de otas em universidades e na mídia e sobre quem são os remanescentes dos quilombos.

O projeto de lei que cria o estatuto foi aprovado pelos deputados em caráter conclusivo (não passou pelo plenário), na quarta-feira (9), dez anos após o início das discussões do projeto no Congresso.
Agora, ainda precisa passar pelo Senado. Ou será analisado em comissão em caráter conclusivo ou irá à votação em plenário, conforme o que ficar decidido entre os senadores. Só depois é que irá à sanção presidencial. O governo quer que tudo esteja pronto para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione a lei no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.



Confira abaixo os detalhes sobre o Estatuto da Igualdade Racial.

* Prós

O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, diz que o estatuto ressalta a tese de que não há igualdade racial no Brasil. Segundo ele, no caso das cotas nas universidades, o tema ficou de fora porque está sendo analisado em projeto separado que tramita no Senado.

"O estatuto é o reconhecimento do Estado brasileiro em relação às desigualdades raciais e é a criação de um instrumento que garante inclusão. É uma vitória daqueles que defendem a tese de que nem todos são iguais e que há obrigação do Estado brasileiro com aqueles que estão excluídos de oportunidades do nosso país", afirma o ministro.

Edson Santos participou das negociações para aprovação do estatuto na Câmara e afirmou que o consenso "não foi fácil". "Foi gratificante. Nos levou a empenho grande, no convencimento das pessoas. Não foi fácil buscar o consenso até na questão do projeto ser votado na Câmara de forma terminativa."

O ministro disse que assim que o projeto de lei sair da Câmara ele deve ir pessoalmente ao Senado conversar com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para discutir a criação de uma comissão especial para que o tema seja analisado em caráter terminativo.
Um dos dirigentes da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Flávio Jorge afirma que, embora o estatuto não seja "exatamente" o que a entidade deseja, "significa o coroamento de uma luta que o movimento negro tem desenvolvido na construção de políticas públicas e superação do racismo". "Passa a ser um marco desses 30 anos de luta."


* 'Incompleta'

Para o dirigente da Conen, o estatuto ficou incompleto porque não trata sobre a questão dos quilombos e nem das cotas nas universidades.
"Vamos continuar lutando pelas cotas porque a elite branca continua criando resistência e a terra e o conhecimento geram privilégios e resistência."
Ele diz que, embora incompleta, a lei é um avanço democrático. "Não foi uma concessão. É fruto de nossa luta, é uma conquista. O estatuto permite que se continue avançando. O combate ao racismo é um processo. Não é conquista de um dia para outro."



* Consenso possível

Autor da proposta que cria o estatuto, o senador Paulo Paim (PT-RS) diz que o ideal teria sido aprovar o projeto "do jeito que saiu do Senado", com cotas para negro na mídia e definições sobre a população quilombola.
"Temos que entender que na correlação de forças da Câmara, foi o possível. (...) Tem muitas questões importantes. Vamos dando passos, foi uma vitória parcial."
Ele afirmou que a expectativa é que o texto seja aprovado com facilidade no Senado. "O estatuto saiu do Senado muito mais contundente e volta em linha de mais consenso. Por isso, não vejo muita dificuldade."
O deputado federal Damião Feliciano (PDT-PB) afirmou que a origem do estatuto tinha "muito mais avanço". "Eles foram negociando durante todo o processo sempre para diminuir a questão dos direitos da negritude. Aprovou com toda negociação diminuída. Vejo como um estatuto desidratado."
"Aprovamos porque é melhor 20% de alguma coisa do que 100% de nada", completa o deputado.
Feliciano avalia que a questão das cotas nas universidades deveria estar no estatuto. Ele disse que nem mesmo a questão dos incentivos para quem contratar negro deve ser comemorada se não houver implantação das cotas nas universidade.
"É preciso chamar atenção que a questão é mais profunda. Contratar 20% para ser serviçal não é avançar na sociedade. Para o negro ser porteiro, ser motorista, trabalhar na cozinha. É preciso que se avance na posição social e para isso precisa de estudo."



* Contra

Para o coordenador nacional de organização do Movimento Negro Unificado (MNU), Ricardo Bispo, o estatuto é um "retrocesso". "Foi o retrocesso mais criminoso que o movimento negro já assistiu. (...) Somos maioria em um país que faz questão de não nos dar visibilidade. O estatuto veio para destruir nossa auto-estima. Rigorosamente, só sobrou coisa para quem não tem postura crítica, para quem acha que coisa qualquer serve."
Ele cita que a redução para candidatos em partidos, a falta de cotas nas universidades e de definições sobre quilombolas e sobre o que é racismo prejudicou o texto.
"Nesse momento o que temos mostrado é que era um erro aprovar o estatuto porque seria aprovado um estatuto esvaziado. Cansamos de denunciar e eles diziam que estávamos errados. Que era preferível qualquer coisa desde que houvesse um marco legal. (...) Mas isso é inócuo. Da forma que está dificulta a nossa luta. Eles vão jogar na nossa cara que já temos um estatuto."


sábado, 29 de maio de 2010

Museu Afro Brasil.

Os vídeos abaixo mostram partes dos núcleos, que dividem todo o acervo, da exposição permanente do Museu Afro Brasil. Os vídeos estão divididos em: Artes Plásticas; Trabalho e Escravidão; Religiões afrobrasileiras; História e Memória; África: diversidade e permanência.
É um ótimo acervo para educadores, estudiosos e curiosos sobre o tema, que buscam resgatar e conhecer um pouco sobre a história e cultura africana e afrobrasileira.
















quarta-feira, 7 de abril de 2010

Chimamanda Adichie: O perigo da história única!

"Quando nós rejeitamos uma única história, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre nenhum lugar, nós reconquistamos um tipo de paraíso!"
 
Sem mais palavras, esse vídeo mostra a palestra de Chimamanda Adichie onde conta através de suas experiências ao longo da vida o perigo da "história única", ou seja, de tentar entender o mundo através de uma única visão seja ela veiculada através dos livros didáticos, livros de histórias infantis e/ou meios de comunicação em geral, visto a grande influência que todos esses recursos possuem na sociedade e no mundo na construção de uma visão do outro. Vale muito a pena assistir!!

sábado, 6 de março de 2010

Cotas são "causa democrática", diz Thomaz Bastos.


Marina Morena Costa, iG São Paulo
Para Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, as cotas raciais são uma forma de superar a discriminação racial. “A política de reserva de vagas no ensino superior caminha nesse sentido. É uma causa democrática”, afirma o advogado, que defenderá as cotas no Supremo Tribunal Federal (STF).
A pedido do ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Thomaz Bastos aceitou colaborar com a defesa e prestar consultoria jurídica em todas as etapas do julgamento das três ações que contestam a constitucionalidade das cotas e das ações afirmativas.
Em entrevista concedida ao iG, o ex-ministro afirmou que não irá cobrar por seus serviços por entender que a causa é de “relevante interesse público”. Thomaz Bastos vê o tema como uma das pautas mais importantes do STF. A decisão da corte pode estabelecer jurisprudência e influenciar o Senado na votação de projetos de lei que criam cotas sociais e raciais em instituições públicas de ensino superior.
“O julgamento das ações relacionadas ao tema pelo Supremo pode fazer com que o Congresso examine a questão com outros olhos. Uma vez entendida como constitucional, a política de ação afirmativa por meio de cotas pode ganhar um novo impulso político”, afirma.
Thomaz Bastos adianta que a defesa destacará a diferença entre as cotas raciais e sociais, ponto bastante discutido entre os críticos da reserva de vagas por etnia. “A política que tem como enfoque apenas a superação das distinções socioeconômicas pode não ser suficiente para resolver o antigo problema da discriminação, do preconceito e do racismo.”
Leia a entrevista com Márcio Thomaz Bastos:

iG: O senhor foi procurado pelo movimento a favor das cotas para defender a ação no Supremo Tribunal Federal? Como surgiu a ideia de defender o caso?
Márcio Thomaz Bastos: Fui procurado pelo ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Edson Santos, para ajudar na defesa. Pretendo atuar na causa, junto com outros advogados, porque considero que esse é um dos temas mais importantes em pauta no Supremo Tribunal Federal. A superação da discriminação racial no Brasil exige uma resposta positiva do Estado de Direito. A política de reserva de vagas no ensino superior caminha nesse sentido. É uma causa democrática.
iG: Por que o senhor optou por defender o caso? Tem alguma razão pessoal ou simpatia pela causa?
Márcio Thomaz Bastos: A política de cotas para negros é um dos meios de pagamento de uma dívida histórica. Não se trata apenas de simpatia pessoal, mas também de assumir uma postura ativa, como cidadão, frente às sequelas deixadas pela chaga da escravidão. O preconceito racial tem origens históricas que ecoam no presente. Colabora para dificultar o acesso de parcela importante do povo brasileiro a uma série de direitos constitucionalmente assegurados, entre os quais está a educação. Ter oportunidades reduzidas de cursar o Ensino Superior significa ter um leque também reduzido de opções no mercado de trabalho e, sobretudo, significa não participar da produção do conhecimento científico do País.
iG: O senhor não cobrará pelos seus serviços? Por quê?
Márcio Thomaz Bastos: Não, não cobrarei pelos meus serviços profissionais porque entendo que essa é uma causa de relevante interesse público. Tenho a convicção de que o advogado é, antes de tudo, um cidadão. Tem um papel social a cumprir. Tenho procurado manter essa linha de princípio ao longo da vida: na presidência da OAB, quando fui Ministro da Justiça, na acusação dos assassinos de Chico Mendes.
iG: A criação de cotas raciais é um projeto que tramita no Congresso há mais de dez anos. O senhor acredita que as cotas serão aprovadas quando?
Márcio Thomaz Bastos: Há projetos de lei que tratam da reserva de vagas para alunos provenientes da rede pública de ensino, dando prioridade para negros e índios. A proposta do Estatuto da Igualdade Social pretende legitimar as chamadas ações afirmativas. É difícil prever quando as cotas serão aprovadas, porém é possível afirmar que o julgamento das ações relacionadas ao tema pelo Supremo Tribunal Federal pode fazer com que o Congresso examine a questão com outros olhos. Uma vez entendida como constitucional, a política de ação afirmativa por meio de cotas pode ganhar um novo impulso político.

iG: Os argumentos contrários a criação das cotas raciais são muito fortes. A defesa da cota social, no lugar da racial, é bastante endossada. O senhor pode adiantar qual será a linha de defesa?
Márcio Thomaz Bastos: A política de cotas é uma das estratégias para enfrentar o problema da desigualdade. No Brasil, ele não é apenas econômico, mas também cultural, isto é, reflete-se no plano simbólico das crenças, práticas e costumes da sociedade. Pesquisas recentes mostraram índices de escolaridade, renda e trabalho menores em relação aos negros pobres quando comparados a outros segmentos sociais menos favorecidos. Na última década, foram conquistados avanços na área da educação. Em números brutos, aumentou o número de estudantes cursando o ensino básico, bem como o tempo de permanência na escola. Dados do Ministério da Educação indicam, todavia, que a distância entre brancos e negros se mantém ao longo dos anos. Ou seja, a política que tem como enfoque apenas a superação das distinções socioeconômicas pode não ser suficiente para resolver o antigo problema da discriminação, do preconceito e do racismo.

Debate sobre COTAS no Supremo Tribunal Federal.



O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou, nesta sexta-feira, um ciclo de debates sobre a reserva de vagas universitárias para estudantes negros.
Foram três dias de audiências públicas: 45 pessoas participaram, 28 falaram a favor das cotas raciais nas universidades públicas, 14 contra e três foram neutras. O desequilíbrio provocou uma reclamação do Democratas na semana passada.
O Supremo Tribunal Federal promoveu o debate porque terá que julgar uma ação do Democratas contra o sistema de cotas da Universidade de Brasília (UNB). Na UNB, uma comissão decide, por foto ou entrevista, quem pode ser classificado como negro, pardo ou branco.
O Supremo também vai julgar outra ação, contra a política de cotas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que combina dois critérios: alunos que fizeram o ensino médio em escolas públicas e a cota racial.
Mas o debate ficou concentrado na questão racial. No primeiro dia, falaram os representantes do governo, que defende as cotas. 


A secretária de Ensino Superior do MEC argumenta que essa política é uma forma de compensar as deficiências na educação básica dos negros.
“Existe uma distância histórica no campo da educação e essa distância se reproduz ao longo dos anos, quando comparamos os dados educacionais de negros e brancos. Portanto, isso esvazia um pouco a tese de que, para a inclusão dos negros, o ideal seria melhorar o ensino como um todo”, afirmou a secretária adjunta do Ministério da Educação, Maria Paula Dallari. 


O senador Demóstenes Torres contestou. Ele acha mais justo beneficiar os pobres em geral, com cotas sociais, que levem em conta a renda do aluno.
“Quem é discriminado no Brasil é apenas o negro? O negro é que é o alvo de toda a discriminação que nós temos? Ou será que o nosso problema é em relação ao pobre? Ou será que o nosso problema é em relação aquele que nada possui independentemente da sua cor?”, questionou. 


Apenas uma universidade que não tem cotas foi representada no debate. O representante da UNB fez um balanço positivo de programa. “Um dados recentes mais positivos que podemos trazer para essa audiência é a média do rendimento acadêmico dos alunos cotistas, que é praticamente a mesma dos estudantes que entraram pelo sistema universal”, declarou o professor da UNB José Jorge de Carvalho. 


O médico geneticista Sergio Danilo Júnior Pena disse que não se pode diferenciar os brasileiros pelo critério de raça por causa da grande miscigenação. “Raças não existem. Cores de pele existem, mas são coisas diferentes, e não devem ser confundidas nem misturadas em nenhum tipo de discurso. Praticamente todos os brasileiros têm as três raízes ancestrais presentes”. 


A plateia, com muitos representantes de movimentos sociais, acompanhou as audiências em silêncio. Dos 11 ministros do Supremo, 2 estavam no plenário. Mas, segundo o ministro Lewandowski, os outros puderam assistir aos debates por circuito interno de TV.
A decisão sobre cotas, que ainda não tem data marcada no Supremo, será uma referência para todas as universidades públicas. 


“Não há duvida nenhuma, se o tribunal, por exemplo, chegar à conclusão que as cotas são inconstitucionais ou a reserva de vagas são inconstitucionais, isto é uma decisão que valerá para todo o Brasil, para todas as universidades públicas federais e também estaduais. Se por outro lado, chegar à conclusão que não há conflito com a Constituição, eu tenho a impressão que estará aberta a porta para que as diferentes universidades brasileiras adotem algum tipo de política afirmativa com relação aos distintos setores sociais”, afirmou Lewandowski.

quinta-feira, 4 de março de 2010

II Seminário Internacional do Centenário de Maria Bonita.

Nos dias 08, 09 e 10 de março a Prefeitura de Paulo Afonso através da Secretaria de Turismo e a UNEB - Campus VIII estarão realizando o II Seminário Internacional do Centenário de Maria Bonita.
O evento acontecerá no auditório da UNEB. Na programação estão sendo apresentados mostra de fotografias de Maria Bonita e utensílios utilizados por ela e seu grupo, palestras, lançamentos de livros e exibição de filmes e documentários sobre o instigante tema cangaço.
A amostra será aberta para toda comunidade, durante os três dias e também é destinada aos alunos das redes municipal e particular de ensino.
Na abertura da programação, dia 08, serão lançados os livros Lampiões Acesos: o Cangaço na memória coletiva, de Marcos Edilson de Araújo e MARIA BONITA – diferentes contextos que envolvem a vida da Rainha do Cangaço. Este último reúne textos de vários autores, apresentados durante o I Seminário, em março de 2009.
A organização desse livro é de João de Sousa Lima e Juracy Marques, que também assinam artigos publicados nesta edição, ao lado dos escritores Antônio Galdino, Edson Barreto e Rubinho Lima, membros da Academia de Letras de Paulo Afonso.
Para quem deseja participar do seminário, as inscrições estão sendo realizadas na UNEB e os 300 primeiros inscritos terão direito a um kit do evento.
Confira a programação, que acontecerá nas instalações do CDTA, na UNEB, Campus VIII em Paulo Afonso e participe! 
 
PROGRAMAÇÃO:

DIA 08/03/2010: 
 
8h às 17h  - Início da mostra cultural com visitação guiada dos alunos das escolas públicas e privadas e comunidade.
MOSTRA CULTURAL SOBRE MARIA BONITA:
Mostra de fotografias de Maria Bonita e seu grupo, utensílios e apetrechos usados na época e reportagens sobre o cangaço. Essa mostra será aberta a toda a comunidade, porém destinada principalmente à visitação guiada dos alunos, para que possam interagir, de forma mais crítica, com a nossa real história.
19h -
Abertura Oficial do II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO CENTENÁRIO DE MARIA BONITA com a presença de autoridades civis, militares, educativas e científicas.
• Presença da ex-cangaceira Aristeia Soares, ex-soldado da volante Teófilo Pires, Neli Conceição e João Souto, filhos do casal de cangaceiros Moreno e Durvinha e dos Parentes de Maria Gomes de Oliveira, Maria Bonita: Eribaldo Gomes de Oliveira e Adelmo Gomes de Oliveira.
21h -
Lançamento do livro: MARIA BONITA – diferentes contextos que envolvem a vida da Rainha do Cangaço, referente ao I Seminário Internacional de Maria Bonita. Organização João de Sousa Lima e Juracy Marques
Lançamento do livro: Lampiões Acesos: o cangaço na memória coletiva Autor: Marcos Edilson de Araújo Clemente
21h30min - Merenda Sertaneja
22h - Apresentação Cultural 

DIA 09/03/2010:
08h - Exibição dos Filmes:
- A CASA DE MARIA BONITA (Direção Gilmar Teixeira e João de Sousa Lima).
- CANGACEIRO GATO: UM RASTRO DE ÓDIO E SANGUE (Direção de João de S.Lima).
- 70 ANOS DA MORTE DE LAMPIÃO E MARIA BONITA (Direção Antônio Galdino e João de Sousa Lima)
• Após a exibição dos filmes haverá uma mesa redonda para debates sobre os temas abordados, com a presença dos diretores.
19h- MESA I: A ESTÉTICA DE MARIA BONITA: FOTOGRAFIAS, XILOGRAVURAS, MÚSICA, CORDEL, QUADRINHOS, CÓDIGOS LINGUÍSTICOS E INTERNET.
21h - Debate. 

DIA 10/03/2010 

8h - Visitação à Casa de Maria Bonita
10h - Diálogo com os familiares de Maria Bonita
19h - MESA II: DIFERENTES CONTEXTOS QUE ENVOLVEM A VIDA DA RAINHA DO CANGAÇO. Debate.
21h - Entrega dos certificados aos participantes e merenda de encerramento. 

segunda-feira, 1 de março de 2010

Pedagogia Faz Arte!

Nesta quarta-feita (03/03/2010), às 19hrs no anexo UNEB - Campus VIII - Paulo Afonso BA (antigo IEPA), venha curtir: Dança, Teatro, Folclore, Pintura, Poesia, Músicas e Comidas Típicas no evento: PEDAGOGIA FAZ ARTE!


É imperdível, contamos com a presença de todos(as)!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cinema!

Nessas férias me dediquei a assistir alguns filmes que abordam a temática étnico racial, que podem e devem ser abordados em sala de aula tomando como objetivo uma abordagem crítica tanto do papel do negro(a) na sociedade em diferentes épocas e lugares, como levar um conhecimento sobre a cultura de diferentes países que fazem parte do continente africano. É só adaptar os filmes as diferentes faixas etárias e trabalhar com a turma com criatividade!





A Cor Púrpura (en: The Color Purple), é um filme estadunidense1985, do gênero drama, dirigido por Steven Spielberg e baseado no romance epistolar da premiada escritora afro-americana Alice Walker, que trata de questões de discriminação racial e sexual.  











Men of Honor (Homens de Honra no Brasil e em Portugal), é um filme norte-americano de 2000, dirigido por George Tillman Jr., com guião de Scott Marshall Smith e banda sonora de Mark Isham.
No elenco, Cuba Gooding Jr., Robert de Niro, Charlize Theron e Powers Boothe, entre outros.










Hotel Rwanda ( Hotel Ruanda) é um filme de 2004 dirigido por Terry George e estrelado por Don Cheadle, Nick Nolte, Joaquin Phoenix, Desmond Dube e Sophie Okonedo.
O filme é uma co-produção da Itália, Reino Unido e África do Sul, e relata a história real de Paul Rusesabagina, que foi capaz de salvar a vida de 1268 pessoas durante o genocídio de Ruanda em 1994. Logo depois das primeiras exibições, sua história foi imediatamente comparada com a de Oskar Schindler.




Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista. Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Em 1990 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz, que foi recebido em 2002.    


Titulo original: (Kirikou et la Sorcière), 1998 (França)
com direção de Michel Ocelo, gênero animação. O filme se passa na África Ocidental onde nasce um menino minúsculo, cujo tamanho não alcança nem o joelho de um adulto, que tem um destino: enfrentar a poderosa e malvada feiticeira Karabá, que secou a fonte d'água da aldeia de Kiriku, engoliu todos os homens que foram enfrentá-la e ainda pegou todo o ouro que tinham. Para isso, Kiriku enfrenta muitos perigos e se aventura por lugares onde somente pessoas pequeninas poderiam entrar.

Preparem a pipoca e boa sessão!


 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Documentário - 'Criança a alma do negócio!'

Não é difícil perceber o quanto nossas crianças, sobrinhos(as), vizinhos(as), primos(as) estão cada vez mais cedo perdendo a infância e se tornando absurdamente mais consumistas. Os brinquedos que antes faziam a alegria da molecada, como: pipa, bolinhas de gude, peão, entre outros, estão sendo substituídos por verdadeiras máquinas tecnológicas e numa velocidade incrível. Os meninos disputam quem tem o video game mais moderno, o celular mais atual, o tênis que passou na propaganda, enquanto as meninas frequentam os salões de beleza, pintam as unhas, escovam os cabelos, deixam de brincar pra não sujar a roupa nova, não tirar o salto alto, enquanto nós assistimos a tudo como se fosse algo totalmente normal.

Documentário: 'Criança, a alma do negócio'

Por que meu filho sempre me pede um brinquedo novo? Por que minha filha quer mais uma boneca se ela já tem uma caixa cheia de bonecas? De onde vem este desejo constante de consumo? Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada.
É um documentário espetacular, traz o depoimento de crianças, pais, mães e especialistas que mostram como a mídia tem influenciado nessa atitude consumista entre crianças. Vale muito a pena cada minuto de documentário!!

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