domingo, 5 de abril de 2009

Tô cansada de tanta babaquice, tanta caretice!



Mais um fim de período na facul... E esse foi um daqueles!! Muito estresse, muita correria... Trabalhos, seminários, prova, estágio, projeto!! Ufaaaaaaa!!!
Mas também foi um dos períodos, sem dúvida, mais proveitoso!!! Cada semestre me apaixono mais pelo curso e fico mais motivada pra ir até o fim e aproveitar ao máximo pra construir...
Sim, mas o que isso tem a ver com o título que dei a essa postagem??
Bem, fazemos muito trabalho em grupo na faculdade e até mesmo pelo curso ser PEDAGOGIA, à todo momento temos de ser criativos, originais e desinibidos para poder apresentar bons seminários e demais trabalhos. Não consigo imaginar um educador preconceituoso, sem criatividade, ou então, sem originalidade pra tratar de educação em um país carente de boas idéias e de autenticidade. É difícil, entendo que temos lutar contra o nervosismo, contra a vergonha, pra chegar lá na frente e falar o que pensamos, expor uma idéia, um ponto de vista... Tenho consciência que certas pessoas possuem um maior poder de discurso, são mais desinibidas e outras que deixam a desejar! Mas, não tô falando de dom, tô falando de superação, de querer "fazer diferente" e superar seus medos... No nosso último trabalho, que foi da disciplina de Artes e Educação, tivemos que montar um tipo de homenagem a Cássia Eller, trabalhamos em conjunto com o 2° período que trouxe uma homenagem à Renato Russo e com o 6° que apresentou cantigas de roda. Nesse trabalho, tivemos de trabalhar como uma única equipe, ou seja, a sala teria de se unir pra poder sair um trabalho digno e bem feito!!! Porém, não foi isso que aconteceu, e daí toda a minha decepção... Quanta falta de união, de originalidade e quanto preconceito nas pessoas. Às vezes acho que saio prejudicada com tudo isso! Levamos um "banho" dos calouros do 2° período, de criatividade, ousadia e união!
Esse foi um período, também, que recebi muitos elogios e isso foi bom tanto pro ego, logicamente, quanto pra me dá forças de superar à falta de tempo, o estresse e estudar mais, construir e tentar pôr um pouco em prática tudo que estou aprendendo... Quero fazer as coisas diferente, melhor, trazer coisas novas e as pessoas não estão aptas e abertas pra construir com você, serem criativas e "ir lá e fazer mesmo!", entende?!

Existe verdade?

A Verdade (Carlos Drummond de Andrade)
A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir quala metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,sua ilusão, sua miopia.

A verdade é muito subjetiva tanto pra quem a conta, quanto pra quem a ouve. Todos estamos nessa busca pela verdade, porém, quando percebemos que essa verdade nos fere, nos magoa ou vai contra nossas aspirações, batendo de frente com algum dos nossos príncipios, passamos a contestá-la e acreditar em outra que venha a nos satisfazer.
Quanto mais conhecemos e estamos em busca de informações, conhecendo o outro, debatendo pontos de vistas, mais essa verdade fica subjetiva e posta a contestações e até modificações de seu caráter legitimador.
Cada indivíduo crer naquilo que alimenta sua alma, que vai de acordo com os seus princípios e acredita conhecer, ou seja, a verdade passa a ser bastante peculiar de cada ser, sendo que nenhum possui essa verdade absoluta, apenas possui ou acredita naquilo que lhe é satisfatório.

Jaciede Rodrigues.